terça-feira, 2 de outubro de 2012



ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ INÁCIO FRAGA - ALTO ARAGUAIA-MT.
TEXTOS VENCEDORES PARA ETAPA ESTADUAL DA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA


PARABÉNS MILENA E JOÃO PEDRO


Aluna: Milena Alves Barbosa
Professora: Marilene Barbosa Borges
Categoria: Crônica
9º Ano B

Alto Araguaia, capital da alegria

Alto Araguaia é uma cidade pequena, com cerca de 17 mil habitantes, faz aniversário dia 26 de outubro e tem 73 anos. Está localizada a 400 km da capital Cuiabá, situada no estado de Mato Grosso, na região Centro-Oeste do país.
Alto Araguaia conhecida como capital da alegria é uma cidade cheia de festas culturais como: Festival Náutico e Gospel, Carnaia, Expoaia, festas juninas e religiosas.
Aqui tem muitos rios e cachoeiras, onde normalmente nos finais de semana os moradores vão pescar, tomar banho de rio, descer de boia e até fazer churrasco nas margens.
Ela foi apelidada como “capital da alegria”, porque as festas daqui são muito divertidas, com o pessoal bem animado. Dentre elas o Festival Náutico, a festa mais popular deste município, nesta festa a nossa cidade é muito visitada, a população chega a dobrar. Normalmente a gente chega dessa festa bem tarde, todo mundo com trajes praianos.
Os cantores que vem são bem famosos, a gente gosta de tomar banho no rio Araguaia e andar de Jet ski. Tem também o concurso garoto e garota náutica, que ocorre no primeiro dia da festa.
Apesar do tamanho da cidade, nosso dia a dia é bem movimentado, e normalmente nos finais de semana, tem festas nos clubes e balneários. É no clube ATC que ocorre a maioria das festas.
Alto Araguaia também é conhecida com “Princesinha do Leste”, uma cidade pequena, mas como afirmei muito alegre, é claro que tem seus problemas, porém não afetam a alegria da população, afinal os problemas existem em qualquer lugar.


Aluno: João Pedro Fraga de Oliveira
Professora: Luciana Garcia da Silva
Olimpíada de Língua Portuguesa
Categoria: Memórias Literárias
7º Ano A


Lembranças da minha vida

Recordo-me, que no dia 29 de novembro de 1957, eu tinha acabado de entrar de férias e fui para a fazenda do meu pai em seu carro de boi. Nós passamos por uma estrada de chão toda cheia de buracos com curvas longas. Passamos também pelo Rio Boiadeiro. Havia uma longa subida para chegarmos na fazenda do meu pai.
Chegando lá, meus irmãos e eu, fomos direto para um córrego muito pequeno que tinha em nossa fazenda. Meu pai foi para o curral e ordenhou as vacas para tirar leite. Meus irmãos e eu saímos todos correndo, molhados, e fomos para a beira do curral para beber leite. Em seguida, fomos ajudar a minha mãe a fazer comida e o meu pai foi para a roça cortar cana. Quando o almoço ficava pronto eu tinha que ir correndo até onde estava o meu pai para levar a comida para ele (eu andava, aproximadamente, 6 quilômetros). A comida deveria ainda estar quente porque meu pai não gostava quando esta chegava fria, e eu, poderia até apanhar com vara de cana.
Corri muito e consegui chegar com a comida ainda quente. Voltei andando para casa para almoçar. Quando cheguei, estava com tanta fome, que poderia até comer “quatro pratos de comida”. Almocei e fui “tratar” das galinhas, dos porcos, das vacas e dos cavalos e, em seguida, fui ajudar meu pai a descarregar a cana para fazer ração para as vacas e os cavalos. Quando terminei de ajudar o meu pai, fui varrer o quintal para minha mãe porque ela havia pedido.
O inesperado aconteceu: o meu pé foi picado por uma cobra! A minha sorte foi que a cobra não era venenosa, mas, mesmo assim, doeu muito e eu chorei bastante (por cerca de uma hora). Eu tive que ficar mais quieta e meus irmãos fizeram tudo por mim, todas as minhas obrigações. Tudo isso aconteceu no meu primeiro dia de férias.
No segundo dia fui acordada pelo meu pai que estava cantando (e bem alto!) o Hino Nacional Brasileiro. Eu levei um grande susto! O meu pai me dizia:
_ Acorda! Acorda! Já está na hora de trabalhar! Já são 7 horas! Levanta, gurizada! Vamos trabalhar!
E eu levantei “apurada” e não deu tempo nem de arrumar a cama em que eu dormi. Nós fomos para o barracão comer bolinho de polvilho frito feito no fogão a lenha e tomar café. Minha mãe fazia um bolinho delicioso! Lembro-me do sabor e do cheiro que ele tinha! O café era colhido em nosso próprio quintal! Nós colhíamos e fazíamos uma enorme festa! Os grãos do café eram muito doces e depois, de torrados e moídos, ficavam com um sabor incomparável.
Depois de comermos o bolinho fomos trabalhar: carpimos a roça, tratamos das criações e limpamos a casa e o barracão. Depois de terminar todo o serviço brincamos até bem tarde da noite.
Assim aconteceu durante todas as nossas férias: nós trabalhávamos muito porém, nos divertíamos bastante!
Meus pais, meus irmãos e eu ficamos a maior parte de nossas férias na fazenda, mas também, viajamos para o Rio de Janeiro onde andamos de barco, pescamos muitos peixes, acampamos na beira da praia e comemos peixe assado à beira mar. Enjoei de tanto comer peixe! Foi tão bom dormir ouvindo o barulho do mar! Lembro-me que acordamos com o nascer do sol! Foi um momento inesquecível!
Assim que levantamos já fomos para o mar e banhamos muito (até a hora do almoço). Almoçamos e retornamos para a praia. Ficamos no Rio de Janeiro por dois dias e retornamos para a fazenda para passarmos nossa última semana de férias.
Ao chegarmos na fazenda, meu pai disse que, eu e meus irmãos, não precisaríamos trabalhar e que poderíamos brincar o quanto quiséssemos. As nossas férias foram tão divertidas que ficarão guardadas para sempre em nossa memória!


TEXTOS SELECIONADOS NA ESCOLA:


Aluna: Andressa Costa da Silva
9º Ano B
Professora: Marilene Barbosa Borges
Crônica

Minha Araguaia

Vivo num lugar repleto de cachoeiras, sítios, fazendas, festas e muitas belezas naturais. Este lugarzinho aconchegante fica no sudeste de Mato Grosso e é chamado de Alto Araguaia. Aqui ao sair me deparo com o rio Araguaia, e também com a cachoeira Couto Magalhães, uma das mais belas da região Centro Oeste, isso porque aqui é um pequeno lugar, mas as belezas naturais pertinho uma da outra tornam o nosso município muito belo e exuberante.
Temos sítios e fazendas encantadoras de onde saem o queijo Cabacinha, a culinária artesanal mais querida por nossa gente.
Aqui também acontecem festas sensacionais que contagiam desde as crianças até a melhor idade, a mais conhecida delas é o Festival Náutico, na qual se reúnem muitas celebridades.
O lugar onde vivo é tudo isso e muito mais, pois aqui estão acontecendo muitas mudanças, novos bairros, construções de novas casas, a chegada de novas pessoas, enfim, essa cidade está cada vez crescendo mais, assim como a paixão que tenho por viver nela.
Para me divertir gosto de sair para lugares que algumas pessoas não acham muito interessante, como andar pelo cerrado. Certa fez fui pescar em um lugar mágico, saímos eu e meus irmãos bem cedinho, andamos 50 kilômetros de carro para chegarmos ao nosso destino que era uma das belas cachoeiras do rio Araguaia.
Ao chegar próximo à cachoeira, deixamos o carro parado em uma porteira e continuamos nossa aventura a pé, andamos cerca de 2 kilômetros, descendo serras com paisagens encantadoras, ao mesmo tempo que eu contemplava suas belezas, a adrenalina que sentia me trazia um pouco de medo, porque passávamos por lugares estreitos a beiro de precipícios que mal dava para andar.
Andamos muito, mas valeu a pena, conheci uma cachoeira linda com correntes fortes e pedras enormes, quase pescamos um Pintado, mas ele escapou por pouco das nossas mãos, passamos o dia lá, levamos suprimentos para nos alimentar. No final percebemos que a lua não estava boa para pesca e não levamos nada para casa, mas mesmo assim a viagem foi muito estimulante. Voltei para casa revigorada, entrar em contato com a natureza faz bem, principalmente com as belezas do meu Araguaia.


Aluna: Matheus M. Peres
9º Ano B
Professora: Marilene Barbosa Borges
Crônica

A minha riqueza

O lugar onde vivo está situado na divisa de Mato Grosso e Goiás, é chamado de Alto Araguaia.
Antes nossa cidade era apenas um vilarejo, mas essa história começou há muito tempo atrás, quando fazendeiros acharam pepitas de ouro e diamantes nas águas do rio Araguaia. Daí em diante, várias pessoas começaram a vir para cá em busca de riquezas.
Aqui encontramos várias belezas naturais como o rio Araguaia, aonde costumo pescar nos finais de semana com minha família. Temos vários pontos turísticos como cachoeiras, grutas, cavernas, serras e o parque ecológico, onde as pessoas fazem piqueniques, caminhadas e muito mais.
Muito me chateia quando as pessoas poluem o rio Boiadeiro com o esgoto de suas casas, pois sempre foi um lugar lindo, com águas cristalinas nas quais me divertia com meus amigos. Acho que as pessoas precisam ter mais consciência e preservar o que é nosso.
Apesar da infraestrutura ruim das escolas, os professores são comprometidos e esforçados para fazer o melhor possível para os alunos. Temos várias escolas públicas e particulares como também universidades (UNEMAT, UNOPAR e UAB) onde as pessoas têm oportunidades de concluir o ensino superior.
Uma das atividades que eu mais gosto é de jogar uma pelada junto com os meus colegas, no ginásio de esportes perto de casa. Gosto muito daqui, pois temos várias festas iradas como o Carnaia e o Festival Náutico que atrai pessoas de outras cidades e estados para participarem dessa tradição. Gosto também de ir à sorveteria, pastelaria e dar um bom pulo no rio. Mergulhar e me refrescar nas águas do Boiadeiro e do Araguaia é muito bom.
Aqui em nosso município, temos várias indústrias que se instalaram, trazendo mais empregos e melhorando a vida da população.
Minha cidade não é completa, mas é perfeita. Aqui é o lugar onde eu vivo, é minha riqueza.

Aluna: Maikiele Jordana de Oliveira
9º Ano A
Professora: Cleonice
Crônica

O passeio
Sábado a tarde, pouco mais de uma hora, vi uma coisa interessante quando fui para o jardim da fazenda Santa Maria e, passando por lá vi vários pássaros bonitos e fui vendo eles comerem as jabuticabas.
E daí fomos para o curral andar de cavalos e lá havia vários: tinha Rebolador, Xuxa, Pocotó, Dandara, Estrela, Muxo.
Minha prima ela era tão custosa que montou no cavalo mais brabo, o Rebolador sem arreio e ele saiu desesperado e meu primo saiu só de cueca para ajudá-la, ela caiu dele e o cavalo pisou nela.
E depois meu primo arrumou os cavalos para nós irmos apartar vacas e nós fomos. Ao chegar banhamos de piscina e fizemos várias brincadeiras, depois minha tia Maria apareceu e falou para sairmos da piscina que já estava de noite e tínhamos de banhar, nos arrumarmos para voltar à cidade.
Quando estávamos indo embora, meu tio viu uma seriema, ele queria matá-la mas minha tia não deixou. Ao chegar na cidade fomos para casa do tio João, lá tinha uma festa, depois dela fomos dormir porque no dia seguinte tínhamos que passear pela cidade.
Fomos na loja e compramos várias coisas, na hora do almoço minha tia fez a comida preferida minha e da minha prima minha e eu comemos tanto que ficamos até com preguiça.
Depois fomos para o parque João Paulo, subimos na torre, andamos de barcos, e fizemos várias coisas.
Essas foram minhas férias, na Zona Rural foi muito bom aprendemos que nunca devamos maltratar os animais e nem matá-los porque eles são bonitos e úteis.


Aluna: Anna Flávia Vilela Martins
8º Ano B
Professora: Marilene Barbosa Borges
Memórias Literárias



Alto Araguaia

Que saudade que me dá ao lembrar do tempo em Alto Araguaia, era apenas uma ruazinha no tempo em que podia se ver tantas belezas naturais. Hoje em dia, infelizmente o homem em busca de dinheiro e desenvolvimento acabou com tantas coisas, modificou tantos lugares.
A cidade era bem pequena, tinha uma casa aqui, outra ali, poucos moradores, eram tão poucos que podia-se contar sem qualquer dificuldade. Energia elétrica então... só chegou mais ou menos 15 a 20 anos depois.
Lembro-me de uma pessoa muito importante para Alto Araguaia, o Deputado Oscar Soares, ele chegou a fundar uma escolinha para crianças. O nome da escola não me lembro bem agora.
Hoje em dia, vejo esses carros chiques, mas no meu tempo não tinha isso não, tinha poucos ônibus velhos que transitavam pela cidade. O primeiro ônibus me lembro bem que era o da Expresso São Luiz.
Eu não nasci aqui, mas vinha aqui com bastante frequência visitar a cidade. Eu morava na Fazenda Santa Fé, no município de Araguainha.
Lembro-me também que o ônibus que ia para Araguainha, ia duas vezes por semana. Lembro-me que todos os dias eu ia ao armazém do Ondino pra comprar pão. Eu adorava ir lá, mas não só por causa do pão, era por causa de uma moça que todos os dias estava sentada na pracinha. Ela era tão linda, tinha por volta de 17 anos, e eu tinha 19. Nunca aconteceu nada entre nós, nem mesmo um beijo, porque eu tinha muita vergonha. A gente trocava olhares, um risadinha, mas nunca passou disso. Pouco tempo depois ela ficou noiva, pois naquele tempo as moças se casavam muito cedo.
Eu gostava muito de passear pelo município, olhar a natureza, o lugar que eu mais gostava era a gruta da Gota Santa, lá era lindo, bem mais do que é hoje em dia.
Já faz 42 anos que eu tenho residência fixa aqui em Alto Araguaia, mas eu acho bem melhor a Alto Araguaia daquele tempo, a cidade era bem menor, mais calma e segura.

Entrevista realizada com o Sr. Joaquim David da Silva, de 84 anos no dia 05/08/2012.


Aluna: Ellian Victor Martins Campos
7º Ano B
Professora: Marilene Barbosa Borges
Memórias Literárias – Tema: O lugar onde vivo

Recordações Cidadãs
Recordo-me muito bem da antiga Alto Araguaia, uma pequena cidade no sul de Mato Grosso.
Lembro-me que quando cheguei a Alto Araguaia, havia poucas casas e poucos habitantes, não existia pavimentação asfaltica, e nem sequer alguma agência bancária – o Banco do Brasil chegou na cidade apenas em 15 de setembro de 1962 – tínhamos apenas uma sede dos Correios.
Nós não tínhamos muita diversão, apenas banho no rio Araguaia e Boiadeiro e futebol, únicas ações para nosso lazer.
As transformações em nossa cidade ocorreram da seguinte maneira: primeiro chegou o asfalto, logo após uma agência do Banco do Brasil, em seguida as 50 primeiras linhas telefônicas, após a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) em que os serviços ainda hoje são operados pela CEMAT. Vi que as modificações ocorreram principalmente na Avenida Carlos Hugueney – antiga Avenida 7 de Setembro – tais como: pavimentação asfaltica, iluminação, duplicação da avenida, a modificação da paisagem e novas construções ao longo da avenida. Um exemplo foi o Quartel General Militar, uma das modificações na cidade.
Nossa cidade prosperou com a chegada da Ferronorte, as empresas começaram a concorrência entre si, surgiram melhorias na infra-estrutura, no esporte, na educação, o que gerou mais e novos empregos, cresceu a renda e os impostos para o município. Assim, a cidade de Alto Araguaia melhorou muito.
Nossa cidade tem um grande potencial turístico, das belezas naturais para mim, a mais importante é o rio Araguaia, porque é e foi fundamental para o lazer dos habitantes desta região, além de ser um dos dez maiores rios brasileiros, o que possibilita mais renda para a cidade através do turismo.
Moro aqui há 65 anos e vi acontecer muitos fatos como a Guerra dos Morbeck e Carvalinhos, sobre lutas pelo garimpo, momentos históricos, entre outros.
Recordo-me que há alguns anos atrás em Alto Araguaia os tipos de transporte eram poucos, apenas charretes e carroças, os veículos automotivos vieram com o Major Carlos Hugueney.
Ainda bem que a cidade progrediu, pois o comércio antigamente era fraco, só existiam alguns botecos e pequenas mercearias.
Lembro também que os colégios eram o Colégio Padre Carletti (atual UNEMAT) e o Colégio Normal (atual Escola Estadual Carlos Hugueney), ambos realizavam eventos como festas tradicionais e peças teatrais.
Eu fui um chefe de garimpo, portanto, o principal lugar que me recordo e que gostava muito de visitar era o Ribeirão Claro, pois lá existia o garimpo.

Esse texto provém de uma entrevista com o Sr. José Moreira Campos, 98 anos, realizada no dia 05/08/2012.

Aluna: Kaline
8º Ano B
Professora: Marilene Barbosa Borges
Memórias Literárias



Minha cidade

Naquele tempo, Alto Araguaia era uma cidadezinha com pouco desenvolvimento. Um dos bairros que hoje mais cresce era apenas um campo de avião, a atual Vila Aeroporto.
As crianças brincavam com peteca, jogavam futebol em campos improvisados e faziam bonecas com palha de milho.
O comércio era fraco com lojas pequenas e poucas opções de compra, ou seja, tinha o básico para atender as necessidades das pessoas.
Os meios de transporte eram cavalos, carros de boi, carroças e as pessoas andavam muito a pé.
As escolas da época eram o Colégio Padre Carletti, Colégio Maria Auxiliadora e Escola Arlinda Pessoa Morbeck na Vila Aeroporto.
Quando eu era solteira morava numa fazenda, e eu gostava muito de ir nas festas que aconteciam nas fazendas vizinhas. Me lembro que certa vez cheguei a atravessar a nado o rio cheio de arraias para ir a uma destas festas. Quando me casei, houve festa e foram muitos os convidados, pena que foi na época do frio, mas eu estava tão feliz que nem senti frio. Depois de casada gostava de passear visitando os parentes.
Naquela época era muito difícil sair da fazenda para vir no hospital da cidade, algumas mulheres tinham seus filhos em casa com a ajuda de parteira. Tive sete filhos com meu marido que já não é mais vivo, e dois filhos morreram quando eram pequenos, um morreu logo depois do parto e o outro com fortes dores na barriga.
Eu lavava roupas no rio, em cima de uma tábua, também trabalhava na roça e por isso, não tive a oportunidade de estudar, pois naquele tempo era muito difícil.
Moro a dezessete anos aqui em Alto Araguaia e pude observar que com a chegada da Ferronorte a cidade melhorou, pois aumentou a arrecadação de impostos e gerou mais empregos para os araguaienses, além disso, as crianças e jovens tem mais oportunidades para estudar e trabalhar, aumentaram as casas, as ruas foram asfaltadas e a cidade cresceu e se desenvolveu.


Entrevista concedida pela senhora Maria Francisca Silva de 67 anos à sua neta Kaline Souza Camargo no dia 01/08/2012.

Aluna: Paulo Henrique
7º Ano B
Professora: Marilene Barbosa Borges
Memórias Literárias – Tema: O lugar onde vivo


Um pouquinho de nossa cidade

Antigamente Alto Araguaia era uma cidade tranqüila e nem todas as ruas eram asfaltadas, a população vivia do emprego público porque não tinha muito comércio, as águas dos rios eram limpas onde se podia tomar banho e lavar roupas.
Naquela época, as formas de lazer dos jovens e crianças eram de jogar bola, de pic, de esconde-esconde, de casinha e de piqueniques à beira do rio Araguaia e do córrego Boiadeiro. Também pulavam corda e participavam de gincanas no colégio dos padres e das freiras.
Hoje em dia, a cidade é toda asfaltada, tem rede de esgoto em todos os bairros, aumentou o fluxo de veículos, chegaram muitos imigrantes e também as universidades trouxeram cursos superiores para nossos jovens.
A chegada da Ferronorte trouxe muito desenvolvimento, porque deu muitas oportunidades de emprego para os jovens.
A maior beleza de Alto Araguaia é o rio Araguaia porque é um rio muito famoso por nos fornecer água e energia, além de sua beleza exuberante.
Moro em Alto Araguaia a 49 anos e me lembro que já existiam carros, mas usados pelas pessoas de posses, a maioria da população usava carroças, carros de boi e bicicletas. O comércio era formado por armazéns de secos e molhados.
As escolas daquela época eram os colégios dos padres e das freiras salesianas onde funcionava o regime interno e externo, e justamente por ser um colégio salesiano participavam de vários eventos, encontros entre jovens e atividades culturais.
Um dos fatos que eu acho importante citar é o desfile cívico, com marcha e fanfarra do colégio Padre Carletti, as brincadeiras da infância onde havia mais diálogo e entretenimento entre colegas e familiares.
Naquela época eu gostava de passear quando as irmãs salesianas nos levavam para fazer piqueniques na usina e quando havia encontro de jovens na chácara dos padres.


Entrevista realizada com a professora El’Wânia Maria Fávero de 49 anos.




Aluna: Wathila Lorrane Miranda Martins
8º Ano B
Professora: Marilene Barbosa Borges
Memórias Literárias

Memórias de um Araguaiense

Há algumas décadas atrás, a cidade de Alto Araguaia, ainda era muito pequena, com poucas casas, ruas de chão, poucas escolas. Lugar, onde as crianças se divertiam brincando com pique-pega, pique-esconde, futebol, queimada, etc.
As mudanças ocorridas na infra-estrutura da cidade foram o aumento da população e o desenvolvimento da cidade com a construção de novas casas e reforma das casas antigas.
Com a chegada da Ferronorte, houve mais desenvolvimento para Alto Araguaia, aumentou a arrecadação de impostos e gerou empregos para os moradores da cidade.
O lugar que eu mais gostava da nossa cidade, era a fazenda, onde eu morava, porque era um lugar natural e calmo. Moro aqui em Alto Araguaia há 70 anos, desde quando ela era muito pequena.
Os transportes eram caminhões, carros de boi e cavalos, porque o município não tinha estradas asfaltadas como hoje.
O comércio funcionava comprando em janeiro, e podia só pagar no outro mês de janeiro, ou seja, de ano em ano, quando se vendia as produtos plantados na roça.
As escolas da época eram o Colégio Padre Carletti, o Colégio Maria Auxiliadora e a escola Normal (atual Escola Carlos Hugueney). E os eventos realizados eram cívicos como festividades de 7 de Setembro e desfile em comemoração ao aniversário da cidade.
Eu gostava de festa, de sair com meus amigos, de me divertir em grupo e de passar parte do meu tempo no rio, porque era um lugar sossegado onde se tinha oportunidade de refletir e pensar na vida.
Eu era rico, mas como era alcoólatra, gastei todo o meu dinheiro em apostas. Tinha mordomia e motorista, porque não sabia dirigir, depois que eu perdi meu dinheiro, perdi tudo, e teve uma época que trabalhei paro o homem que foi meu empregado. Tive que aprender de tudo um pouco, principalmente a dirigir, e nesse sofrimento, parei de beber e aprendi a dar valor ao meu trabalho. Não tive oportunidade de estudar porque naquela época não se dava muito valor aos estudos.
Atualmente moro em uma fazenda onde trabalho com zelador, ou seja, faço de tudo um pouco e assim vou levando a vida nessa cidade querida: Alto Araguaia.

Entrevista realizada com o meu avô, Sr. Walter Miranda Pereira de 75 anos no dia 05/08/2012.


Escola Municipal ‘‘José Inácio Fraga”
Professora: Cleonice Garcia Velasco.
Aluno: Bruno Henrique Velasco Gomes.
Disciplina: Língua Portuguesa (Olimpiada-Memória Literária)

A primeira televisão que eu assisti

Eu morava em uma fazenda nobre perto de Alto Garças- MT, mudei para Alto Araguaia - MT quando eu tinha entorno de 25 a 30 anos de idade. Passei a morar em uma casa humilde, e chegando aqui uma das coisas que viu e me surpreendi foi à televisão por ser uma coisa muito bonita e trazer divertimento.
Uma das primeiras televisões de Alto Araguaia foi à do Rafael David que é vivo até hoje, ele deve ter uns 80 anos, e na época devia ter, aproximadamente 30. Eu morava e, ainda moro uma esquina da casa dele. Ele era um senhor muito bondoso e deixava as pessoas que não tinham televisão assistirem-na casa dele. Antigamente o dinheiro usado era o cruzeiro, e a televisão que ele tinha custou mais ou menos 50 mil, que na época era muito dinheiro. Todos que viam aquela televisão achavam-na esquisita, pois na época eles nem imaginavam como funcionava uma coisa daquele tamanho. A cor da imagem era preta e branca. O volume não era tão alto e não existia controle e quem queria aumentar o volume ou mudar de canal tinha que se levantar. Apesar de eles a acharem estranha, todos gostavam porque era um bom divertimento...
Depois de muitos anos que eu morava aqui, fui percebendo que muita gente estava comprando uma televisão e até eu juntei um bom dinheiro e comprei uma pra mim. Mas eu só assistia à noite porque durante o dia eu lavava roupa para os outros...
Hoje em dia quase todas as casas têm uma ou mais televisões. Eu adoro assistir uma e nunca dispenso meus programas favoritos que são os jornais, exemplo: o jornal Nacional que passava 20:00h da noite e o jornal da manhã que passava 1:00h da manhã.